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sexta-feira, 29 de junho de 2007

E hoje à noite, heim?


Então pessoal?

Andamos todos muito afastados... E a desculpa de trabalho já não resulta, visto que isso nunca nos impediu antes! Portanto, sugiro um encontro hoje à noite, nessa boite de seu nome Belacruz, onde por sinal, toca esse jovem de seu nome Miguel Migs!
De resto, deixo-vos, como sempre, um texto agradável! Enjoy...
Foda-se – por Millôr Fernandes (adaptado)

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se” que ela diz.
Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”?
O “foda-se!” aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.

“Não quer sair comigo?! – então, foda-se!”
“Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a) – então, foda-se!”

O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

“Comó caralho”, por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que “comó caralho”?
“Comó caralho” tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!
O Sol está quente comó caralho!
O Universo é antigo comó caralho!
Eu gosto do meu clube comó caralho!
O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?
No género do “comó caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “nem que te fodas!”.
Nem o “Não, não e não!” é tão pouco ou nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade “Não, nem pensar!” o substituem.
O “nem que te fodas!” é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida.
Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência. Solta logo um definitivo:
“Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!”. O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD(...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um “Puta que pariu!”, ou o seu correlativo Pu-ta-que-o-pa-riu!”, falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.
Diante de uma notícia irritante, qualquer “puta-que-o-pariu!”, dito assim põe-te outa vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso “vai levar no cu!”? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai levar no olho do cu!”? Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha do interlocutor e solta:
“Chega! Vai levar no olho cu!”?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima. Desabotoas a camisa e sais à rua, vento a bater na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu-se!”. E a sua derivação, mais avassaladora ainda: “Já se fodeu!”.
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás a guiar sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? “Já me fodi!”
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e ... a justiça são de péssima qualidade, os políticos são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar ... tu pensas “Já me fodi!”

Mas não desesperes:
Este país ... ainda vai ser “um país do caralho!”
Beijos e abraços,
Nelo aka O Seccionista

2 comentários:

Mamas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mamas disse...

ISto SIm... uma mensagem " do caralho!"
"Puta que pariu" nelo aqui esta um homem com tomates!

hehehe

abraco mamas